“Poço de ilusões”
By Lidice Cambui
A gente ri, a gente chora, a
gente ama e se decepciona, no ritmo constante e initerrupto do tempo que não
para pra ninguém.
E entao me pergunto:
como poderíamos chamar a vida de
“vida” , sem essa montanha russa de sucesso x insucesso, amor x ódio , e outras
rolagens da escada da vida, quer pra cima ou pra baixo?
Confesso que eu não estava pronta
pra essa descoberta.
Com a licença de Elizabeth
Gaskell, admito que eu não sei lidar com isso: ser lançada repetidamente de volta ao ponto de partida, que
exige a energia esperançosa da juventude. Sentir que a metade da vida passou e
nada está feito.
A luta entre emoção e razão pode se tornar muito cansativa na
visão de quem sempre deseja , lá no fundinho da sua alma, que o amor vença e
que todos sejam felizes para sempre.
Dizem que suportar com dignidade os “não” da vida nos torna
pessoas melhores e mais fortes. Isso pode funcionar pro resto da humanidade.
Mas no meu caso, a constância da negação só matou pouco a pouco a esperança. O
que pude constatar é que o excesso de rejeição pode levar a um eterno estado
catatônico de “tanto faz”.
E a indiferença é o último e mais
severo estágio da descrença. Talvez irreversivel.
Admiro os fortes, porque sorriem
por fora chorando por dentro, passam por cima das suas próprias angústias para
mostrar que estão sempre bem, fazendo os outros acreditar que a vida é bela e o
amor existe. Só lamento que a decepção levou as minhas últimas forças pra
lutar.
(Sobre)vivo apenas sonhando com o
amor que vai chegar. O amor que irá mudar pra sempre minha vida. O amor que
nunca terei.
E assim se passam os dias,
ocupada com as banalidades do dia-a-dia e obrigaçoes, fingindo que acredito que
vai ficar tudo bem.
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